2 de novembro de 2009

Quem rouba mais? O papa ou o Edir Macedo?


Fui criado dentro da religião católica. O cara no pedaço de madeira, pão com carne, ir na missa periodicamente a cada equinócio e todas essas coisas que definem o catolicismo foram parte da minha vida desde sempre.

Talvez seja por isso que eu tenha tantos atritos com religião. Ou melhor, com religiosos.

Não que eu seja um desses ateus que querem provar que deus não existe dizendo que ele é feio, bobo, chato e tem cara de melão. Aliás, nem ateu eu sou.

Só acho que, se existe um deus aí fora, ele deve ter coisa melhor pra fazer do que se preocupar com as amizades que o meu pênis faz.

E se ele realmente se preocupar com isso, ele é um babaca mesmo e não merece respeito.

Acontece que, por mais que eu não me importe com deus, as pessoas que se importam com deus se importam comigo. Ou melhor, se importam com o que eu falo de deus.

Outro dia, por exemplo, numa dessas conversas casuais, conversa de ponto de ônibus, me referi a Jesus Cristo como “aquele hippie que transformava água em vinho e foi pregado num pedaço de pau por isso”.

É, eu sei, é bem específico. É, eu sei, taí algo que não se escuta todo dia. E pros caras à minha volta foi como ouvir “Exú é o rei”.

Fiquei horas ouvindo aquela balela de “ah, respeita as crenças dos outros” e “ah, só porque você não acredita não vem zombar”.

Agora eu te pergunto: eu fui ofensivo? Fui contra liberdades religiosas? Isso aí tá na Bíblia. Tá, eu sei, a Bíblia não é nada confiável, mas significa alguma coisa pra algumas pessoas.

Mas como eu posso zombar da sua religião falando algo que está escrito no seu livro sagrado (apesar de não nas mesmas palavras exatas)? Além do mais, J.C. é uma figura histórica.

O que me irrita não é as pessoas acreditarem nisso. Pouco me importa se você acredita em ressurreição, circuncisão ou na Lady Gaga hermafrodita. Sério, enjoy yourself com isso. Tá, me irrita um pouco quem diz que a gripe suína é sinal de que Jesus tá voltando, mas posso viver com isso.

O maior problema é quando as pessoas acham que a religião delas tá lá quieta, sem atrapalhar ninguém, quando na verdade a crença dela tá gritando e tocando minha campainha no domingo de manhã. Quando a religião dela tá em metade dos canais da tevê aberta. Quando a religião dela tá em metade dos feriados do país.

Quando um professor de anatomia meu diz “viu como Deus foi sábio na hora de criar o homem? “, ele não está desrespeitando a crença dos ateus, mas quando um ateu fala “essa porra de deus não existe, não, mano” é desrespeito, é isso?

Não sei onde eu li esses dias que as igrejas não pagam impostos. Ah, lembrei, li na CONSTITUIÇÃO. Agora me diga, por quê? Qual a causa, razão ou circuntância disso? Não é chatice, não, eu realmente não consigo achar qualquer justificativa palpável.

Mas há um lado positivo. Bom é ver as religiões lutando entre si. Quando saiu na tevê todo aquele rolo da Record e do Edir Macedo, era lindo ver os católicos, alegrinhos, dizendo: “Viu? Ele tá desviando dinheiro pra Record. Viu? Viu?”.

Eu ria muito, cara. I mean, tá, talvez o cara mantenha uma rede de televisão com o dinheiro dos fiéis. E daí? O PAPA TEM UM PAÍS SÓ PRA ELE, CARA.

O que é uma rede de televisão de merda quando você pode sentar no seu papamóvel blindado e fazer o que quiser NO SEU PRÓPRIO PAÍS?

Fonte: Blog Influxo.org

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